JSolla

À cerca de 2 anos que faço teatro comunitário num grupo respeitado tendo como encenador e fundador Rui Germano (RG). O grupo de trabalho tem maioritariamente espetáculos na cidade natal (Rio Maior), com o apoio da câmara municipal, para assim trazer novidades à terra e abrir a mente dos residentes. Nas peças são abordados temas polémicos e sensíveis de modo a deixar o público susceptível e sensibilizado. Na peça mais recente ("Fecha os olhos" ) , o grupo de trabalho teve um total de 24 atores e atrizes a trabalhar arduamente por vários meses na sua caracterização interior de personagem. A parceria dos grupos de teatro Rio maiorense e lisboeta de Rui Germano, lotou os 250 lugares do cineteatro em ambos os dois dias da apresentação de "Fecha os olhos". Pessoas vindas de longe disposeram se a ficar hospedadas nos hoteis da região só para garantir presença na estreia, foi sem dúvida uma peça importante no meu desenvolvimento como ator e claro no meu próprio desenvolvimento pessoal, lidando com atores incríveis e pudendo aprender um pouco com os erros e conquistas de todos.

A adaptação e integração foi fácil, todos dentro do grupo me acolheram e fizeram os possíveis para que me sentisse em casa. Algo que consegui aprender foi que em palco eu podia ter uma vida dupla e esquecer por momentos as dificuldades do mundo real,essa é a magia da representação, eu gosto de me integrar no personagem independentemente do quão excêntrico e irrealista possa parecer, a sensação de ser alguém que não sou é incrível. O meu sonho assim que pisei o palco ao lado do grupo de RG, foi que conseguisse alcançar algo mais , desafios ao lado de quem se integra para absorver um personagem da mesma forma que eu faço. Interagir com grandes nomes e viver do que gosto parece-me bastante ambicioso ainda, mas também sei que é possível. O meu encenador deu me um papel pequeno na minha primeira peça (como é lógico) porém um papel de carácter cómico necessário para quebrar o gelo e que trouxe um pouco de juventude à história, o público gosta de problemas de adolescentes e de ver estes a contrariar os pais, tenha a idade que o público tenha, por alguma razão ver um miúdo a fugir de casa com a namorada grávida de quem os pais não gostam preenche-lhes a alma e é estranhamente satisfatório para eles

Quem passa pelo processo da representação na maior parte das vezes já teve papéis em pequenas e engraçadas peças de escola. Eu mudei como é natural de escola na transição do 1°ciclo para o 2°, e nesta nova escola foi colocada à minha frente uma ipotesse à qual nunca me tinham colocado antes. Antes do 5ano de escolaridade nunca tinha tido contacto com este mundo enorme que é a representação. Ambiciava por ser diseigner ou médico antes disso, e depois de entrar no grupo escolar de teatro, pude combater um dos principais problemas de um ator, o medo de palco e de ser contemplado por um público crítico. Frequentei o teatro escolar desde o 5° ao 7°ano e neste tempo desenvolvi a imunidade ao medo e nervosismo antes de entrar em palco.